Como Funciona?

O SigAPÉ – Autocarro Humano é uma resposta da, e para a, comunidade. Como tal, é fundamental que a mesma seja envolvida desde o início. Depois, importa conhecer alguns procedimentos e, por fim, reunir um conjunto de materiais que permitirão implementar o Autocarro Humano.

Onde faz Sentido?

Segundo alguns estudos elaborados pela APSI sobre a mobilidade das crianças nos trajetos casa-escola, em algumas escolas da cidade de Lisboa, mais de metade das crianças que frequentam o 1º ciclo vão para a escola de carro, sendo que a principal causa assinalada pelos pais para esta escolha é a insegurança do ambiente rodoviário. As que vão a pé, não o fazem sozinhas.

No 2º ciclo a realidade parece alterar-se, havendo muito mais crianças a deslocar-se a pé e de transportes públicos, sem o acompanhamento de um adulto. No entanto, esta transição de hábitos de mobilidade nem sempre é gradual, não existindo uma familiarização prévia com o ambiente rodoviário nem uma preparação para uma mobilidade pedonal autónoma segura.

Assim, parece ser sobretudo no 1º ciclo que o Autocarro Humano tem maior relevância e impacto, não só pela maior adesão das crianças e famílias como pela oportunidade de criar hábitos saudáveis e seguros de deslocação pedonal no ambiente rodoviário, essenciais para quando as crianças tiveram de fazer outros percursos sozinhas. É igualmente importante na transição para o 2º ciclo (5º ano), nomeadamente numa fase inicial, apoiando a mudança de hábitos de deslocação no trajeto casa-escola e preparando novos percursos, ainda desconhecidos.

Quem Envolver?

Toda a comunidade. O Autocarro Humano é uma resposta da, e para a, comunidade. Como tal, é fundamental que esta seja implicada desde o início e sensibilizada para a presença das crianças e do Autocarro Humano no espaço público. Para além disso, há entidades e algumas pessoas que devem ser envolvidas desde o princípio, de uma forma mais próxima. A escola é um parceiro fundamental, a partir da qual a divulgação e comunicação com as famílias têm origem. Os pais são também fundamentais, não só para permitir a participação da criança, mas também para serem condutores do Autocarro Humano. Dependendo dos locais, poderá ser envolvida a Câmara Municipal ou a Junta de Freguesia, as Associação de Pais e Encarregados de Educação, organizações locais e grupos de voluntários.

Procedimentos do SigAPÉ – Autocarro Humano

Cada Rota terá um/a “Coordenador/a de Rota”. Esta pessoa será o elo de ligação com a APSI e o ponto de contacto com as famílias e restantes voluntários/as. Para além de informação de carácter geral, ficará responsável por gerir a disponibilidade dos condutores e fazer avisos às famílias relacionados com o funcionamento do Autocarro Humano. Mas, de uma forma geral, existem procedimentos que deverão ser do conhecimento de todos e respeitados por todas as pessoas.

Para Pais e Encarregados de Educação

  • Autorizar por escrito a participação da criança no SigAPÉ – Autocarro Humano, através do preenchimento da ficha de inscrição e respetiva autorização de participação;
  • Fornecer os dados necessários para a colocação de um Seguro de Acidentes Pessoais;
  • Assegurar-se que as regras de participação no SigAPÉ são compreendidas pela criança, reforçando que deve respeitar e obedecer às indicações dadas pelos condutores;
  • Garantir que a criança está à hora combinada na paragem definida;
  • Certificar-se que a criança é entregue em segurança no SigAPÉ;
  • Informar os responsáveis do SigAPÉ de todas as situações que não estejam de acordo com o definido no Manual do SigAPÉ.

Para as Crianças

  • Caminhar sempre no passeio, à frente do condutor, ou entre os condutores sempre que haja mais que 1;
  • Efetuar o percurso calmamente, respeitando as outras crianças e peões;
  • Ouvir e respeitar as indicações dos condutores;
  • Atravessar as estradas apenas quando indicado por um dos condutores;
  • Chegar a horas às paragens.

Para os “Condutores”

  • Preencher e assinar uma declaração de participação no SigAPÉ;
  • Conduzir o Autocarro Humano de acordo com o percurso definido, respeitando os pontos de paragem e horários acordados;
  • Chegar ao ponto de encontro 15 minutos antes da hora de partida;
  • Utilizar o material destinado à realização do SigAPÉ ao longo de todo o percurso;
  • Vestir um colete refletor durante todo o percurso;
  • Receber as crianças com boa disposição e criar um clima de confiança;
  • Garantir que as crianças cumprem as regras de segurança e cidadania rodoviárias;
  • Iniciar ou seguir o percurso à hora definida, mesmo que nem todas as crianças estejam presentes na paragem;
  • Informar os responsáveis do SigAPÉ (Coordenador de Rota) sobre todas as situações que não estejam de acordo com o definido no Manual;
  • Encontrar um condutor substituto, de entre o grupo de voluntários/as, ou contactar os responsáveis do SigAPÉ (ou da Rota) com a maior antecedência possível caso não possa comparecer para conduzir o SigAPÉ em determinado dia;
  • Corresponder à confiança que a escola, as instituições parceiras, os pais / encarregados de educação e as crianças depositam no SigAPÉ;
  • Entregar o registo criminal APSI ou ao coordenador de Rota.

Atividades e Projetos de Mobilidade Ativa, Segura e Responsável

Por vezes, implementar um Autocarro Humano é um desafio muito grande, pois a sua organização não implica apenas a criação de uma resposta de mobilidade, mas uma mudança de paradigma e uma ativação da comunidade. É comum, existir a necessidade de alavancar este tipo de iniciativa através de ações prévias junto, nomeadamente, da comunidade escolar. Estas permitem trazer o tema da mobilidade infantil para a discussão e promovem o reconhecimento da importância e urgência de uma resposta como o SigAPÉ. Para além disso, estas ações são essenciais para incentivar as famílias, e as próprias crianças, a aderirem ao Autocarro Humano. Com o tempo, espera-se criar um movimento local (de famílias, escolas, organizações …) que se aproprie da resposta e lhe dê continuidade de forma autónoma, como já acontece noutros países.

Neste contexto, a APSI tem realizado parcerias com algumas Juntas de Freguesia, Câmaras Municipais e Associações para o desenho e implementação de intervenções locais à medida de cada território.

 

Contacte-nos para ficar a conhecer as nossas propostas.
Mais informações sobre as Atividades Complementares.